
Algumas dicas para os jovens comunicólogos, que querem ser jornalistas esportivos
Estou extremamente cansado de algumas pessoas falando que querem ser jornalistas esportivos, mas não conseguem uma oportunidade.
Bom vou contar a minha história, de como comecei na VE e na Rádio Grande Rio 1560am. No meu primeiro período de faculdade, estava louco para começar a trabalhar com jornalismo, então, comecei a entrar em sites de busca de emprego, colocando sempre "jornalismo". Após várias tentativas, eis, que um belo dia, recebo um e-mail de Ricardo Souza (Editor-Chefe da VE), convidando-me para um estágio, em casa.
Tinha apenas que escrever matérias de casa. Claro, que eu não fazia a mínina ideia de por onde começar. Tive ajuda de Luiza Viana (guarde esse nome, pois você vai ler muitas coisas sobre ela), que me ensinou a escrever corretamente e com pontuação. Depois de uns três meses escrevendo, Ricardo Souza já tinha confiança e colocou-me na Redação da VE (Fica no centro do Rio), onde eu iria escrever todas as matérias.
Ricardo me apresentou Paulo César Rabelo (Chefe de esportes da rádio), que, depois de ler minhas matérias, me colocou para fazer o plantão esportivo. Nunca fiquei tão nervoso na minha vida. Cheguei a cair da cadeira na minha primeira participação, foi simplesmente horrorosa, eu tremia com o papel na mão, minha voz gaguejava, foi uma atuação resumidamente desastrosa. Mas PC Rabelo apostou, e eu continuei na rádio. Passei a ser repórter do Fluminense. Uau, era o máximo, nem eu mesmo acreditava que Fabrício Caseira pudesse ser um repórter de verdade, igualzinho aos da TV, que via e ficava maravilhado.
Depois de mostrar muito serviço, passei a ser do Flamengo. Ser repórter do Mengão é uma grande responsabilidade, pois tem muita gente ouvindo você, não se pode cometer erros. Até hoje cubro o Flamengo. Voltando a VE, escrevo matérias até hoje, mas pouca gente sabe que, no meu começo, ia dormir todos os dias às 3 horas da manhã, eu e Luiza pois era ela quem me ajudava e até hoje me ajuda. Hoje em dia sou repórter do Flamengo e diretor executivo da Vitrine Esportiva.
Minha história no jornalismo não poderia ser contada sem falar em Luiza, Ricardo Souza, PC Rabelo e Felipe Santos (que me ajudou muito no começo), além da minha mãe que, num dia em Araruama me incentivou a fazer jornalismo dizendo que eu seria um ótimo jornalista (sempre fui muito comunicativo mesmo). Sou grato a cada um deles. Muito obrigado.
Contei a minha história, agora vão as dicas que aprendi durante esse tempo.
- Primeira, que acho a mais importante de todas: Empenho, dedicação, amor à profissão são palavras que deverão acompanhar vocês.
- Segunda dica: O desânimo sempre bate. Para isso não acontecer, vá até o espelho e repita "Eu sou jornalista, vou vencer na minha profissão. Amo ser jornalista, tenho a obrigação de deixar todos informados", saia com um sorriso estampado (e admirado por si mesmo) no rosto, garanto que funciona (comigo funcionou, por que não iria funcionar com você, caro leitor?).
- Terceira dica: Vá até o final, não desista da reportagem, sempre faça as perguntas certas, coloque o entrevistado contra a parede (claro, mantendo o respeito). No caso da rádio, os repórteres são os "olhos" do ouvinte. Então, descreva o lance com perfeição e com velocidade. Descrever é observar tudo e contar aos ouvintes. Lembre-se: nunca faça comentários, deixe isso para o comentarista da rádio.
- Quarta dica: Para escrever para o Globoesporte, Lance, Vitrine Esportiva, O Dia e etc, tem que escrever como estivesse contando uma historinha para um bebê de 1 ano de idade, pois você nunca sabe quem vai ler sua notícia (pode ser uma pessoa de outro país, alguém que não sabe nada de futebol ou de esportes e gostaria de se informar, ou um crítico de futebol - quem sabe o Presidente da República).
- Quinta dica: Leia sua matéria umas cinco vezes, em voz alta, se achar que não está bom escreva tudo de novo. Faça um curso de inglês e espanhol, pois o inglês e falado no mundo todo e o espanhol na Ámerica do Sul inteira.
- Sexta dica: Mochila ideal de um jornalista esportivo - Computador portátil, Bloco em branco, duas canetas, máquina fotográfica, agenda, um telefone celular, rádio de pilha e um gravador de voz. Nunca se esqueça da sua credecial da Acerj e do seu veículo de comunicação.
- Última dica: Corra atrás dos seus objetivos, dos seus sonhos. Jamais espere que as pessoas publiquem, publique você mesmo, na internet você está sendo observado o tempo todo. Quer ver, vá até o google e digite seu nome com aspas "", verá que tem muitas coisas sobre sua vida. Nem você sabe a existência disso, mas está lá no WWW.
É isso ai meus futuros companheiros de profissão. Quero encontrar com todos vocês no Maracanã, mas para isso, é preciso que vocês corram atrás, façam por onde. Papai do Céu está olhando e vendo o esforço de cada um de vocês.
Beijos, abraços e apertos de mão.